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Upside Down

Um blogue de uma futura (e esperançosa) jornalista, que vê na escrita um refúgio para os bens e para os males da vida.

Upside Down

Um blogue de uma futura (e esperançosa) jornalista, que vê na escrita um refúgio para os bens e para os males da vida.

PESSOAL: Agradecimentos a quem fez 2014 valer a pena

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O ano de 2014 está a chegar ao fim. Estamos na página 362 das 365 que este livro tem para nos oferecer. Cada ano é um livro, cada dia um novo capítulo e, no fim de toda a nossa vida, teremos uma biblioteca repleta de exemplares que contam a nossa história.

2014 foi um bom ano. Foi o ano em que fiz 18 anos e me tornei legalmente adulta. O ano em que acabei o secundário. O ano em que entrei no ensino superior, na Universidade de Coimbra (com que sempre sonhei), em Jornalismo (o curso que sempre quis). O ano em que festejei o primeiro aniversário de namoro. O ano em que tive de me despedir daqueles amigos que sempre considerei as minhas bases, por saber que cada um de nós teria de deixar o secundário para trás e seguir o seu caminho, a sua nova vida, a sua luta por um futuro melhor. Foi o ano em que aprendi a viver sem ter os meus pais comigo todos os dias, numa casa completamente nova para mim, numa cidade que, embora conhecesse bem, tive de passar a conhecer melhor.

2014 foi um ano de mudança, de aprendizagem, de algumas lágrimas, de muito suor e muito trabalho, de muitos sorrisos, muitas gargalhadas, muitos "ai que saudade", muitas novidades, muitas pessoas novas.

Durante estes 362 dias (não irei falar dos 3 que faltam, porque esses são páginas em branco que ainda poderei preencher), abracei quem me faz bem, chorei, sorri, cantei, dancei, amei, estudei, tive noites mal dormidas e noites em que dormi demais. 

Nunca na minha vida pude dizer "vivi este ano ao máximo", mas, pela primeira vez, posso dizer que este ano foi vivido ao máximo, tendo em conta aquilo que para mim é a forma de viver mais adequada, mais correta, mais agradável.

Cresci muito, sobretudo. Num bom sentido. E sinto-me orgulhosa disso.

Em 2014 aprendi que um dia as despedidas têm de ser feitas e que, embora doam, são elas que nos fazem perceber quem realmente fica e quem fica apenas até à despedida. Aprendi que a vida não é aquilo que nos acontece, mas aquilo que nós fazemos com que aconteça. Aprendi que os sonhos se podem realizar e que o trabalho árduo compensa sempre, quando obtemos os resultados desejados, mas também quando não os obtemos, porque o que o tentar já é uma vitória. Aprendi que vale a pena lutar 12 anos por algo que se quer muito. Aprendi que todas as lágrimas de hoje serão sorrisos amanhã. Aprendi que amanhã será sempre um novo dia. Aprendi que haverá sempre algo mais para aprender, alguém que nos possa ensinar mais do que aquilo que já sabemos. Aprendi muito com as pessoas que me rodeiam, para o bem e para o mal.

Mas, e digo isto com toda a certeza, o que mais me agradou em 2014 foi ter percebido que tenho pessoas ao meu lado que nunca me deixam mal e ter conhecido pessoas que se juntam a esse pequeno (mas valioso) grupo. 

Não costumo nem gosto de citar pessoas nos meus posts, mesmo que eles sejam dirigidos de forma óbvia para alguém. Mas, por estar num momento de retrospetiva e de balanço do meu ano, vou fazê-lo. Além disso, sou apologista da ideia de que o amor se deve agradecer, porque, se as pessoas perdem tempo precioso da sua vida a amarem-nos, não o fazem porque são obrigadas, fazem-no porque querem e não é todos os dias que isso acontece. Se tenho pessoas tão especiais na minha vida, tenho de lhes agradecer.

Aos meus pais, à minha avó e ao meu irmão, obrigada por terem estado sempre ao meu lado, quando fui rabugenta por ter uma má nota, quando andei chateada pelo cansaço acumulado, quando quis desistir, quando achei que nunca iria conseguir, quando falei em ir pra Coimbra 400 vezes por dia e nunca se cansaram de me ouvir, quando me abraçaram, me mimaram, me disseram palavras de conforto que fizeram toda a diferença, e por fazerem os esforços que fazem para que eu possa continuar a lutar pelo meu sonho. Em especial à minha mãe e à minha avó, por me darem o mimo que só uma mãe pode dar e que me faz tão bem.

Ao meu namorado, por ser quem é, por me fazer crescer em todos os sentidos desde que nos conhecemos, por me inspirar, por me dar a mão quando eu estou a cair, por me saber acalmar quando estou a perder a cabeça, por me dizer tantas vezes todos os dias "eu acredito em ti, eu sei que és capaz", por nunca me ter deixado desistir das coisas que quero, por ser o meu refúgio ao fim-de-semana e me ajudar a recerregar energias para a semana dura que vem depois, por me amar incondicionalmente, por me mimar mais do que eu mereço e por estar ao meu lado em cada passo importante da minha vida, com um sorriso de orgulho nos lábios.

À minha melhor amiga, por ser aquela que me diz as verdades duras que ninguém gosta de ouvir mas que são precisas, por me amar, por estar comigo mesmo a tantos quilómetros de distância, por saber como me fazer sentir bem, por saber como me fazer rir, por saber como me irritar e logo a seguir me fazer gostar ainda mais dela, por nunca me ter deixado cair e por me ter apoiado sempre.

E agora, tentando ser mais sucinta:

  • à Milene Sousa - obrigada por ter sido sempre uma pela outra nos três anos em que estivemos juntas, por me teres feito rir com as tuas parvoíces tão próprias, por me teres abraçado sempre que me davam aquelas crises de choro, por me fazeres rir dos meus próprios erros - foi contigo que aprendi a fazê-lo e acho que me fez crescer imenso -, pelos almoços, pelo carinho, pela cumplicidade.
  • à Carla Sérgio - obrigada pelas rosas nos dias dos namorados deprimentes, pelas conversas, pelas saídas, pelos momentos em que te fazias de palhaça só para me arrancar um sorriso.
  • à Cris Barreto - sempre me inspiraste mais do que possas pensar e agora que vivemos juntas já não vivo sem ti, por muito chata e insuportável que sejas, obrigada por tudo, és única.
  • à Di Petronilho - obrigada por estes anos de uma amizade maravilhosa e por seres aquele abraço de conforto sempre que preciso de alguém.
  • à Raquel Trindade - obrigada por esta amizade maravilhosa, na qual nem eu acreditava por ter nascido da forma como nasceu, por seres quem és, por seres capaz de percorrer tantos quilómetros para estares comigo e por seres a minha "alentejana" preferida.
  • à Rita Domingos - a melhor "coisa" que Coimbra me deu - obrigada por me teres marcado da forma que marcaste no primeiro dia, obrigada por me continuares a marcar todos os dias, por me inspirares, por seres a madrinha que sempre quis ter.
  • à Daniela Matos - obrigada por seres quem és e por me teres aceite como tua afilhada, por seres tão preocupada, por quereres saber como estou e como me sinto, por me ajudares no que preciso e por tentares estar sempre presente.
  • à Carina - obrigada por todos os dias me mostrares que é possível sorrir para a vida mesmo quando a vida não sorri para nós, és para mim um exemplo de bondade pura e de um optimismo que eu invejo.
  • à Cátia Barbosa - obrigada por seres a minha companheira da pior aula de sempre, por seres uma rapariga espetacular, com um sentido de responsabilidade enorme, por seres a amiga que és.
  • à Cláudia Pereira - a minha "irmã" - és uma das pessoas mais engraçadas e estranhas - no bom sentido - que já conheci e obrigada por isso, para mim é sempre um gosto conhecer pessoas assim.
  • à Sofia Rodrigues - embora mais afastadas, foste a primeira pessoa do curso com quem criei empatia e acredito que agora que estás de volta isso vá voltar, talvez seja um dos meus desejos para 2015.
  • à Joana Palmela - uma amizade de anos já não precisa de grandes palavras, apenas da alegria que sinto em rever-te, obrigada por tudo.
  • à Vanessa Peixoto - obrigada por me ouvires sempre que preciso e por confiares em mim para te ouvir sempre que precisas

Sei que provavelmente me esqueci de alguém, e é por isso que não gosto de citar pessoas em textos destes, mas se me esqueci de alguém não será concerteza por ser menos importante que os restantes. Às pessoas que provavelmente me esqueci ou que não mencionei por algum motivo em especial, e àquelas que mencionei atrás: que 2015 seja um ano em que se mantenham na minha vida!

Hoje, na página 362 deste livro que é 2014, tirei uns minutos do meu tempo para fazer os agradecimentos que há tanto tempo precisava de fazer. Porque mimar aqueles que nos mimam é importante. Já dizia o Principezinho, é o tempo que perdemos com a nossa flor que faz com que ela cresça. 

2014 foi um ano repleto de tudo o que é de bom. E também de muitos obstáculos, que me fizeram crescer. Sinto-me alguém melhor. Valeu a pena.

E que no final de 2015 eu possa dizer o mesmo.

PESSOAL: Amor próprio

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Se há coisa que a vida me foi ensinando aos poucos é que, se eu não gostar de mim, ninguém gostará. E se gostar de mim, muita gente irá odiar-me na mesma.

A diferença é que, se gostar de mim, sei o que mereço, sei a pessoa que sou e aquilo que valho e não permito que ninguém me rebaixe ao ponto de me fazer sentir que não mereço aquilo que tenho ou aquilo que fui ganhando com a minha luta, o meu suor, o meu trabalho.

Julguem-me por ser quem sou, sintam-se os maiores por serem quem são, mas um dia veremos que pelo menos eu sou o que sou e nunca o negarei, enquanto vocês apenas fingem ser algo que não são para serem socialmente aceites. E o pior de tudo é que tanto a vossa faceta fingida como a vossa verdadeira personalidade são uma merda.

Um pequeno desabafo. Sirva a carapuça a quem assim o entender.

 

PESSOAL: Desabafo de Natal

Ainda ontem foi Natal. Uma época de alegria, amor, paz, crianças ansiosas para receberem as suas prendas e adultos que fingem que já não acham piada a presentes. Para mim é também tudo isso, mas é, principalmente, uma época de vazio. Vazio porque já perdi demais para conseguir ser inteira.

Passar um Natal sem pensar em ti é difícil, Avô. E passar um Natal sem deitar uma lágrima pela falta que me fazes é impossível.

Já passaram quatro anos, cinco Natais sem ti e a saudade bate tão forte como no primeiro Natal, como no primeiro dia, como no instante em que soube que te tinham levado para um sítio muito longe de mim. Dizem que "Deus quis assim", mas se Deus existisse tu estarias aqui a dar-me o maior presente que poderia receber agora: o teu sorriso de orgulho, aquele que mostravas cada vez que me vias. Com todo o respeito pela religião (ou toda a falta de respeito), metam Deus num sítio que eu cá sei, porque uma criatura supostamente tão perfeita não nos tiraria as nossas bases, os nossos alicerces, as pessoas que nos amam e nos apoiam acima de tudo.

Não acredito em Deus, mas acredito que me queres ver a sorrir, porque sempre o quiseste. Por isso, tentei aproveitar da melhor forma possível o Natal, com as pessoas que amo e que, tal como eu, sentem a tua falta. 

 

"O papel da perda tem de ser o higiénico. Todas as perdas são uma merda." - Pedro Chagas Freitas

OPINIÃO: Memórias

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As memórias. As malditas memórias que nos fazem sentir falta de pessoas que não nos deviam deixar falta nenhuma. Às vezes sinto falta de A, B ou até de C, daqueles que me perderam porque fizeram por isso, ou daqueles que perdi porque a vida me quis abrir os olhos. E o que mais custa é que, mesmo sendo pessoas que me fazem sentir desprezo, as memórias do que passei com elas deixam falta. Não é todos os dias. Nem todas as semanas. Mas de vez em quando "bate uma saudade".

É contraditório sentir falta das memórias que temos com alguém, quando, ao mesmo tempo, quase odiamos essas pessoas. Seria tão mais fácil se as memórias positivas se transformassem em lixo, tal como em lixo se transformou todo o sentimento que me unia às pessoas das quais me fui livrando, uma a uma, sem olhar para trás, por muito que me doesse.

Às vezes faz falta. Às vezes faz cair uma lágrima. Às vezes faz rir. Mas nunca me faz querer voltar atrás. Porque voltar atrás é para aqueles que nunca quiseram verdadeiramente seguir em frente.

 

 

OPINIÃO: A alegria em cada poro

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Não há nada que me fascine mais do que pessoas que trazem felicidade em cada poro, aquelas pessoas que nos fazem pensar "como será possível alguém ser tão feliz, tão radiante?".

É deste tipo de pessoas que preciso na minha vida. Precisamos todos, não é? Pessoas que nos transmitam uma vontade de viver imensa e uma esperança enorme no dia de amanhã. Pessoas que nos façam acreditar que (como canta Jorge Palma) "enquanto houver pernas pra andar, a gente vai continuar". Pessoas que riam com os olhos, que expirem alegria e inspirem felicidade. Pessoas que nos mostrem que aquele problema não é tão grande assim e aquela mágoa pode ser usada para nos fazer crescer. Pessoas que nos iluminem.

Adoro pessoas que me iluminam. Pessoas cuja luz é tão radiante que me ofusca e, ao mesmo tempo, me encanta. 

Existem poucas assim, infelizmente. Por isso, quando tenho a sorte de encontrar alguém assim, agarro essa oportunidade com unhas e dentes, porque sei que enquanto tiver essa pessoa na minha vida viverei iluminada com a luz dela, até que, um dia, eu mesma consiga brilhar.

E é tão bom brilhar...

 

Inauguração do meu novo refúgio

Sempre adorei escrever. Sempre usei a escrita como um refúgio, um refúgio das coisas tristes da vida, mas também um refúgio para aqueles momentos em que a alegria é tanta que não sei onde a guardar.

Perdi a conta dos blogs que criei durante a minha curta vida. Nunca consegui manter nenhum durante mais de um ano, porque perco a paciência, fico sem tempo ou sem motivação. Mas continuo a insistir. E resolvi voltar a insistir, uma última vez. Se não for desta, não tento mais. 

A razão pela qual decidi voltar a tentar agora? O facto de sentir que necessito de utilizar, mais uma vez, a escrita como um refúgio.

Não sei sobre o que irei escrever, nem quando irei escrever, nem se conseguirei escrever todos os dias ou até todas as semanas. Sei que vou tentar. E sei que me vai fazer bem, como sempre fez, em todas as tentativas anteriores.

Porque escrever será sempre uma forma de estar.