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Upside Down

Um blogue de uma futura (e esperançosa) jornalista, que vê na escrita um refúgio para os bens e para os males da vida.

Upside Down

Um blogue de uma futura (e esperançosa) jornalista, que vê na escrita um refúgio para os bens e para os males da vida.

OPINIÃO: A homossexualidade num país sem bom senso

Confesso que a inspiração para escrever não tem estado do meu lado e a vontade também não. Nem sempre consigo estar inspirada e nem sempre posso ter vontade de exprimir aquilo que penso ou sinto. Vai acontecer muitas vezes e é por isso que não publico posts sem fim todos os dias. Prefiro publicar o que me apetece, quando me apetece, porque não pretendo dar notícias ou informação, mas sim comentar a atualidade e falar daquilo que está na minha mente.

Passei por aqui hoje para falar de um assunto que me revolta há imenso tempo e que cada vez me deixa mais desconfortável: o facto de a co-adoção de crianças por casais homossexuais ter sido chumbada, mais uma vez (segunda vez, se não me engano). 

Cada vez que penso nisto, surgem várias questões no meu pensamento: Será que os atrasados mentais que nos governam (não querendo ferir suscetibilidades, mas é exatamente aquilo que eles são) não entendem que um casal homossexual está tão apto para cuidar de uma criança como um casal heterossexual? Será que não conseguem ver os casais heterossexuais que andam por aí a tratar mal os filhos? Será que pensam que um casal homossexual vai tratar pior uma criança só porque é composto por dois homens ou por duas mulheres?

Como é possível sermos tão cegos ao ponto de deixarmos que sejam estes atrasados mentais a governarem o nosso país e, no fundo, a comandarem as nossas vidas? Como podemos permitir que um governo democrático diga NÃO ao facto de um casal homossexual querer adoptar um filho em conjunto? Será isto realmente democracia? Democracia não deveria ser respeitar os gostos de cada um, a liberdade de cada um, a sua capacidade de escolher o rumo que quer dar à sua vida e a igualdade de direitos entre todos os cidadãos? Ou democracia é só uma palavra bonita que está no dicionário e que é dita em campanhas eleitorais para nos atirar areia para os olhos?

Aqueles palhaços que nos governam vêm falar, como sempre, nas coitadinhas das crianças que ficam traumatizadas para a vida se, em vez de terem um pai e uma mãe, tiverem dois pais ou duas mães. Então e as crianças que têm um pai e uma mãe e ficam traumatizadas porque são abusadas por eles, ou porque são abandonadas e maltratadas? Esquecem-se que as pessoas não nascem preconceituosas: tornam-se. E, no meu ponto de vista, uma criança que crescesse com dois pais ou com duas mães, poderia passar um mau bocado pelos olhares preconceituosos da sociedade (principalmente dos colegas de escola), mas acabaria por se habituar e isso só faria com que se tornasse mais forte. 

Qual é o problema de, na escola, uma criança ser gozada por ser filha de um casal homossexual? As crianças que são filhas de casais heterossexuais são gozadas na mesma, por serem gordas, magras, altas ou baixas, por usarem óculos, por não terem jeito para educação física, por não saberem matemática, por não terem tanta capacidade de aprendizagem. Claro que é mau uma criança ser gozada, mas faz parte e ajuda a crescer, desde que se tenha um bom apoio em casa quanto a isso. Além disso, se são dados castigos às crianças que gozam com outras por serem gordas ou etc, também poderiam castigar-se crianças que gozassem com outras por este motivo.

Se a co-adopção por casais homossexuais for (um dia) aceite, eventualmente as crianças (e até os adultos) começarão a olhar para isso como algo normal, começarão a aceitar, tal como fazem com os casais homossexuais, tal como fazem com o aborto, tal como fazem com as pessoas de outras raças. Haverá sempre preconceito, é certo, mas poderá ser controlado e até combatido (nunca totalmente, mas em grande parte). No entanto, para isso, é necessário que as coisas sejam feitas, pois sem sermos confrontados com elas nunca as aceitaremos.

Tenho apenas 18 anos e sinto vergonha do meu país, de quem o governa, por tomar decisões contra o amor, o afecto e contra a igualdade de direitos. Tenho vergonha de viver num país governado por pessoas sem escrúpulos, que só pensam no próprio umbigo e que não entendem que amor de PAIS é amor de pais, sejam eles hetero ou homossexuais. 

Quando é que vamos abrir os olhos e deitar abaixo quem todos os dias nos tenta destruir? Quando é que vamos abrir os olhos e perceber que todas as crianças têm direito a ter pais, a ser amadas e que um casal homossexual não cumpre pior esse papel do que um casal heterossexual?

Irei sempre defender um mundo em que cada um possa amar quem quer, em que todos nós possamos ser felizes à nossa maneira, mesmo que isso incomode os demais. Até porque, fiquem desde já a saber, se a nossa felicidade incomoda alguém, estamos a fazer algo certo, pois não podemos agradar toda a gente. 

OPINIÃO: Exames, notas, números - quanto valem realmente?

Exames. Sou estudante há 13 anos e todos os dias me pergunto por que razão é que é suposto um exame definir aquilo que sabemos e aquilo que valemos em termos futuros. A minha intenção não é, de todo, criticar o sistema atual de ensino, até porque não vou criticar algo que infelizmente não está nas minhas mãos e que não sei se poderia ser de outro jeito. O meu objetivo com este post é apenas dar o meu ponto de vista, que não é favorável, mas não visa perturbar ou ofender ninguém.

Na minha opinião (e vale o que vale), um aluno não deve ser definido por aquilo que faz ou diz num exame. Um exame dura entre 1h30 a 2h30 (às vezes 3h), é um momento, um espaço determinado de tempo em que é suposto escrevermos num papel aquilo que sabemos, mas apenas aquilo que o professor quer verificar se sabemos. 

Em primeiro lugar, cada um de nós tem mais aptidão para perceber determinadas matérias do que outras. Por exemplo, sempre fui boa a perceber e até decorar matéria sobre História de Portugal, mas sou péssima em decorar História relacionada com Arte e afins. Se o professor decidir perguntar sobre Arte, estou tramada. Isso não significa que não seja boa aluna, significa que é uma matéria que não absorvo tão bem e que, nem a estudar muito, consigo perceber. Ora, isto mostra que o facto de os professores selecionarem a matéria que querem que nós saibamos naquele exame e naquele momento, é totalmente injusto, porque o que eu sei bem pode nem sequer ser uma das escolhas.

Em segundo lugar (e o mais importante de tudo), podemos saber a matéria toda de trás para a frente, perceber tudo, decorar tudo, ter esquemas mentais organizados e textos quase pré-estabelecidos, mas se estivermos num mau dia, se tivermos uma branca, se o carro dos nossos pais tiver um problema a caminho da faculdade/escola ou se o nosso cão tiver morrido não estaremos concerteza no nosso melhor, pelo que poderá acontecer não conseguirmos mostrar ao professor que sabemos tudo aquilo. O final já sabemos: acabamos, como é óbvio, com uma má nota e com o rótulo de "não sabes nada" estampado na testa.

A minha questão é: serão mesmo as x horas de um exame que têm de definir a nossa vida? Será que merecemos ser rebaixados e, muitas vezes, sentirmo-nos frustrados, apenas porque naquele momento, embora soubessemos toda a matéria, não conseguimos dar o nosso melhor? Será justo para nós, alunos, trabalharmos dois ou três anos para um disciplina (ou até um ano que seja), conseguirmos acabar com boa nota e, nos exames de fim de ciclo, termos uma má nota que definirá o nosso percurso de certa forma?

Aconteceu-me várias vezes durante o meu percurso escolar sentir-me injustiçada pela forma de avaliação existente em Portugal (e, é claro, noutros países). Não considero que um exame me defina como aluna. A meu ver, o mais importante é o trabalho contínuo, o trabalho de aula, o trabalho de casa. Sim, sou a favor de exames, porque é necessário haver uma avaliação de conhecimentos. Mas sou contra a importância exagerada que lhes é dada. Os exames deveriam ser menos importantes na avaliação de um aluno do que aquilo que ele faz durante o ano.

Esta situação sempre me revoltou, mas começou a revoltar-me mais no final do meu 12º ano, quando no exame de História tirei uma nota miserável. Tive História desde o 5º ano, mas História A desde o 10º. Trabalhei 3 anos para conseguir uma boa média a todos os níveis, mas principalmente a História, por ser uma disciplina que exige mais trabalho, e por saber que teria um exame ao fim de 3 anos. Nunca gostei de História. Nunca me interessei muito. Mas tive de aprender a tornar a matéria interessante. Aprendi sozinha. Aprendi a estudar, a perceber, a decorar. Aprendi a interessar-me por algo que nunca me tinha chamado a atenção. Comecei com uma nota boa, subi para uma melhor e acabei com a nota pela qual lutei durante três anos.

Mas eis que chega o exame e aquela nota horrível. Fez-me descer a média em geral e a média da disciplina (de forma significativa). Senti-me frustrada, desiludida e pensei mesmo em ir à segunda fase. Mas não fui, porque o meu orgulho teve de ser mais forte. Senti-me injustiçada, não por achar que merecia mais, até porque sei que naquele exame não merecia, mas por ter a noção de que foi um mau dia, um momento em que não consegui dar o meu melhor e esse momento fez-me perder aquilo pelo qual tinha lutado durante 3 anos. 

Obviamente consegui entrar no curso onde queria, sem problemas com esse exame, mas às vezes ainda me questiono: não devia ser o trabalho que tive durante 3 anos com aquela disciplina a definir-me como aluna? Já nem falo de eliminar a importância dos testes, mas sim dos exames finais, que são os piores, porque nos obrigam a relembrar coisas que já esquecemos e a saber uma enorme quantidade de matéria em tão pouco tempo. E, o pior: roubam-nos 30% da nota. 

É por tudo isto e partindo também da experiência de exames que estou a ter neste momento, que defendo que devia ser dada uma maior importância ao trabalho durante os anos em que se tem determinada disciplina (contando, obviamente, testes), e menor importância aos exames de final de ciclo, que nada dizem acerca da nossa sabedoria, da nossa qualidade como alunos e da nossa capacidade de aprender. 

OPINIÃO: Eu luto, tu lutas, ele espera que caia do céu

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Começo a ficar um bocado cansada de ouvir pessoas a dizer "quero um futuro melhor", "quero um bom emprego", "quero poder trabalhar na área com que sempre sonhei". Quero. Quero. Quero. Será que só conhecem o verbo querer? 

Há alguns anos (embora pareça ter sido ontem), uma professora minha disse uma coisa que me marcou de forma tão profunda que me lembro disso quase todos os dias: "O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário." Uma frase de Einstein. Uma frase que se tornou uma espécie de lema de vida para mim e que me faz ter mais força quando começo a ficar cansada de me esforçar para atingir os meus objetivos.

A verdade é mesmo essa. Não há sucesso sem trabalho. Não há aquele emprego de sonho sem um esforço de uma vida para o conquistar, para ser merecedor dele. Por isso, esqueçam o querer e comecem a dar mais valor ao trabalhar. Dêem o vosso melhor para conquistar os vossos objetivos, façam sacrifícios, porque a vida é toda ela um sacrifício que deve ser feito para alcançar o maior objetivo de todos: a felicidade. Façam-no e verão que não há nada melhor do que alcançar um objetivo e poder dizer: "Eu trabalhei para isto, fiz tudo o que pude e até o que não pude, e se aqui estou é por mérito próprio".

Não sou ninguém para tentar dar lições de moral, mas sempre lutei por aquilo que queria e sempre trabalhei para alcançar os meus objetivos e fico indignada por ver pessoas que esperam resultados sem fazerem sequer um pequeno esforço.

 

Agradecimento

Quando escrevi o post sobre o caso Charlie Hebdo, confesso que nunca pensei que tivesse tanto "sucesso". Escrevi-o apenas como um desabafo, como uma forma de tornar público aquilo que penso sobre o assunto, aliviando, assim, a raiva e frustração que sinto quanto ao mesmo.

Não podia deixar de escrever um post depois de ver algumas reações que me agradaram bastante e me fizeram sentir que, afinal, um simples desabafo pode agradar a tantas pessoas, que se identificam com o que nele escrevi. 

 Em primeiro lugar, deparo-me com este comentário e, como não posso responder (ou não sei responder) aos comentários, aproveito para agradecer a quem o fez, por ter perdido 5 minutinhos do seu tempo a partilhar comigo aquilo que achou.

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Em segundo lugar (e embora tenha já agradecido diretamente), volto a agradecer pela partilha do meu post e pelas palavras. É sempre bom saber que há quem valorize aquilo que fazemos.

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 Por fim, e, na minha opinião, o mais importante, ou pelo menos o que me deixou com um sorriso de orelha a orelha na cara... O meu post está no blog de Destaques do SAPO Blogs (que eu nem sabia que existia). O reconhecimento sabe sempre bem e não posso deixar de admitir que me sinto um pouquinho orgulhosa de mim mesma e não estava nada à espera que um simples post tivesse estas reações. Fico feliz.

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OPINIÃO: Ponhamo-nos todos a jeito

 

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 Tenho andado tão ocupada com os estudos que acabei por não vir cá tanto como gostaria de vir. Mas hoje teve de ser. É tarde, estou exausta, mas antes de ir dormir tinha mesmo de vir aqui fazer esta pequena reflexão.

Há dois ou três dias surgiu aquela polémica com o Gustavo Santos, que decidiu expressar a sua infeliz opinião acerca do atentado ao Charlie Hebdo, no Facebook. Confesso que quando li o post dele senti algum incómodo, mas hoje senti revolta. Hoje senti revolta porque, ao saber que ele esteve no "Você na TV", fui espreitar o programa para ver o que ele tinha dito. Confesso que tive "esperança" de que ele fosse desmentir as barbaridades que escreveu no Facebook. Esperança em vão. Tudo o que ele disse foi que "o humor tem limites" e "não nos devemos meter a jeito", principalmente quando se trata de "extremistas radicais".

O incómodo que senti inicialmente quanto à opinião dele transformou-se em revolta. Como pode alguém ser tão estúpido e atrasado ao ponto de dizer uma coisa daquelas? Por que raio é que ele acha que é válido determinado tipo de humor em relação aos políticos e não em relação aos muçulmanos extremistas? Que raio de actor é ele se, mesmo tendo uma profissão que assenta na liberdade de expressão, não consegue respeitar a sua existência?

Na minha opinião, e contradizendo o que esse "querido" fez questão de repetir tantas vezes e sem qualquer vergonha na cara, o humor não tem limites, tem apenas o limite do bom e do mau gosto. Tem de haver bom senso por parte de quem pratica humor e por parte de quem o recebe, de quem é "vítima" dele. Ninguém gosta de ver os seus valores ou crenças "humilhados em praça pública", é certo, mas o humor é isso mesmo. E temos de aprender a rir de nós próprios.

Não somos nós, jornalistas, humoristas, cartoonistas e outros artistas, que temos de ter medo de dizer o que pensamos só porque os coitadinhos são extremistas e desatam a matar tudo e todos. Eles é que têm de abrir a mente e perceber que humor é humor e tem de ser respeitado. Eles é que têm de encarar as críticas como apenas críticas e manterem-se fiéis aos seus ideais se é isso que pretendem. Não somos nós que estamos mal, são eles. Não somos nós que precisamos de nos calar, são eles que precisam de aprender a saber ouvir.

O nosso "querido" Gustavo Santos teve ainda a infeliz ideia de dizer que os muçulmanos extremistas seguem o que está na bíblia deles e por isso é que matam quem vai contra os seus ideais. Esse sujeito esquece-se é que, há muitos anos, em Portugal, quem não era Cristão era perseguido e morto, porque a bíblia tinha de ser seguida por todos, todos tinham de ser Cristãos. Hoje, isso não acontece, porque a nossa sociedade evoluiu, porque estavamos mal e mudámos. Mais uma prova de que o problema dos extremistas é que não evoluem, não aceitam críticas sem matarem toda a gente logo de seguida. O problema são eles, não somos nós.

Liberdade de expressão é podermos dizer o que quisermos, quando quisermos, da forma que quisermos, respeitando sempre os limites e a liberdade do outro. O humor é a mais forte arma política e até religiosa de sempre, é a forma mais eficaz de ridicularizar uma situação e já contribuiu várias vezes para mudar o que está menos bem. Ninguém gosta de estar do lado de lá, ninguém gosta de ser o ridicularizado, a vítima. Mas liberdade de expressão implica também ter uma mente aberta e respeitar a liberdade de expressão dos outros.

Ora, seguindo da linha de pensamento do Gustavo Santos, estamos todos a pôr-nos a jeito quando dizemos coisas que pensamos e com as quais os outros não concordam. Gustavo Santos, que diz ter sido ameaçado nos comentários ao seu post no Facebook, estava (seguindo a sua linha de pensamento) a "pôr-se a jeito". 

O único limite da liberdade é o respeito pelo próximo e a compreensão da sua própria liberdade. Não tem de haver imposições à liberdade de expressão, muito menos religiosas ou políticas. Tentem calar-nos, deitar-nos abaixo, ameacem-nos, matem-nos até, mas nenhum sangue derramado nos tirará as forças para dizer aquilo que pensamos.

Ponhamo-nos todos a jeito, se isso significar dizermos o que pensamos, quando pensamos e sem medo das consequências.

OPINIÃO: Porque amanhã é sempre tarde demais...

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"Amanhã faço isso", "amanhã digo-lhe que a/o amo", "amanhã dou-lhe um abraço apertado", "amanhã faço-a/o sorrir". 

Somos seres do "amanhã". Deixamos sempre para amanhã as coisas que podemos fazer hoje. Não estou a falar de trabalhos, de estudo ou daquele texto que deviamos ter lido para aquela cadeira. Estou a falar de sentimentos. Porque quando deixamos um trabalho para amanhã não é grave; grave é quando deixamos um "amo-te" para amanhã, um abraço para amanhã, um "sinto a tua falta" para amanhã - sem nos lembrarmos de que o amanhã pode não chegar.

Quem me conhece sabe que vivo em função do futuro. O futuro alimenta-me. A ideia de que no próximo fim-de-semana vou a um concerto ao qual sempre quis ir faz-me ter vontade de viver até lá. Quando o concerto acaba, arranjo outro plano qualquer que me faça sentir vontade de chegar esse outro dia. Vivo em função disso e sou feliz assim. Mas o problema é que, como humana que sou, também deixo para o "futuro", para o "amanhã", coisas que seriam fundamentais fazer hoje.

Quantas vezes já deixámos um "amo-te" ou um "gosto muito de ti" por dizer? Quantas vezes quisemos dizer a alguém que apreciamos a sua amizade e deixámos para outro dia, porque "hoje não apetece"? Quantas vezes evitámos dar aquele abraço de que tanto precisavamos (e que poderia fazer tão bem à outra parte envolvida) só por comodismo? Quantas vezes segurámos as lágrimas porque "hoje não quero chorar, hoje é um dia feliz, amanhã choro"? Quantas vezes calámos um "tenho saudades tuas" ou o substituímos por um "vai, eu fico bem"? 

A meu ver, é aí que falhamos. Amanhã, as pessoas a quem queriamos dizer "amo-te", "gosto muito de ti", as pessoas que queriamos abraçar, as pessoas cuja amizade apreciamos e as pessoas que nos fazem falta, podem não estar lá para ouvir aquilo que podiamos ter dito ontem. E as lágrimas que prendemos ontem podem não conseguir sair amanhã. Porquê evitar chorar? Porquê evitar amar? Porquê evitar abraçar? 

Será que somos tão racionais ao ponto de não conseguirmos colocar essa racionalidade de lado e dizer o que precisamos de dizer e fazer o que precisamos de fazer? Por que razão não nos permitimos sentir essa felicidade? A felicidade de dizer livremente o que sentimos, no momento em que o sentimos e não "amanhã"? 

Esta é uma das coisas que pretendo mudar, a pouco e pouco, um passo de cada vez, porque sei que isso me irá permitir ser mais feliz e fazer mais felizes as pessoas que gostam de mim e que estão ao meu lado. E vocês, quando mudam? Parem de esperar pelo aniversário daquele amigo para lhe dizerem que ele é uma pessoa espetacular, parem de esperar pelo Natal para espalharem mensagens de "boas festas" por pessoas com as quais nem falam durante o ano, parem de esperar por amanhã. Façam-no agora. Amem agora. Lutem agora. Vivam agora. O mundo será bem melhor.

 

 

PESSOAL: Um brinde a 2015

2015. Aqui estás tu, um novo ano, repleto de inúmeras oportunidades para ser feliz e para conquistar os meus objetivos.

Sempre pedi desejos em cada passagem de ano, até à passagem do ano 2012 para 2013. Nesse ano, ao comer as 12 passas, não pedi nada. A razão é simples: se cada desejo que pedia antes disso não se realizava, mais valia não pedir nada, numa tentativa de obter efeitos contrários.

O certo é que em 2013, o ano para o qual não desejei nada, foi o melhor ano da minha vida, até agora. Foi um ano difícil, mas foi o ano em que encontrei a pessoa que procurava há tanto tempo, a pessoa que me soube amar e fazer feliz até hoje e que transformou a minha vida de uma forma incrível. Ainda hoje parece impossível isso ter acontecido.

Para concluir a minha ideia, foi no ano em que não pedi nada que tudo se concretizou. Por isso, na passagem de ano de 2013 para 2014 voltei a não pedir nada e tive um ano maravilhoso. E, para não quebrar esta minha nova superstição, este ano voltei a não pedir nada. Vou apenas deixar acontecer e ver no que dá.

É certo que será um ano de obstáculos, lutas, dificuldades a vários níveis, lágrimas de derrota ou frustração, momentos em que será difícil acreditar em mim e nas minhas capacidades, mas será também um ano de vitórias, de obstáculos enfrentados e lutas vencidas, de lágrimas de alegria e de abraços de reencontro. Porque a seguir a uma tempestade virá sempre o sol, para nos mostrar que o amanhã chega sempre, independentemente do nevoeiro do dia de hoje.

Para 2015, como já disse, não tenho desejos, mas tenho objetivos e quero partilhar alguns convosco:

  • Acabar o primeiro ano de Jornalismo, com as cadeiras todas feitas e, se não for pedir muito, com uma média boa;
  • Arranjar um trabalho de Verão;
  • Continuar este blog, sem desistir nem perder o interesse;
  • Ir passar férias, pela quarta vez, a Vieira de Leiria;
  • Manter a minha relação com ele, independentemente de todas as lutas que isso implique;
  • Arranjar sempre tempo para as pessoas de quem gosto e dedicar-me mais a elas;
  • E, por último, o objetivo mais maluco de todos: 

     Não sei como vou arranjar tempo para isto, mas há muito que preciso de voltar aos meus hábitos regulares de leitura, por isso vou tentar cumprir este desafio.

Embora estes não sejam todos os meus objetivos para 2015, são os principais. E quis partilhá-los convosco.

Desejo a todos um 2015 cheio de obstáculos, porque são eles que fazem a vida valer a pena. Trust me, uma vida fácil não dá prazer nenhum. Sejam felizes.