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Upside Down

Um blogue de uma futura (e esperançosa) jornalista, que vê na escrita um refúgio para os bens e para os males da vida.

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Um blogue de uma futura (e esperançosa) jornalista, que vê na escrita um refúgio para os bens e para os males da vida.

Entrevista a Tiago Braga

Tiago Braga é um jovem cantor, que utiliza o YouTube para divulgar o seu trabalho. O canal do Tiago, que podem ver aqui, está repleto de covers de músicas bem conhecidas por todos nós e de alguns dos seus originais. 

No fim da entrevista deixarei alguns daqueles que, a meu ver, são os seus melhores vídeos.

 

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P: Quando surgiu o teu interesse pela música?


R: O gosto sempre aqui esteve desde pequenino, sobretudo por influência dos meus pais. Mas só comecei a ter um interesse propriamente dito, ou seja, a pensar em levar isto mais a sério por volta dos 14 anos.



P: Já participaste ou pensas participar num programa televisivo no formato do Ídolos ou Factor X?

R: Já participei num programa de televisão sim, no The Voice Portugal. Apesar de não acreditar que estes programas sirvam para estabelecer uma carreira musical bem sucedida, acredito que possam ser uma espécie de rampa de lançamento no sentido em que permitem ter uma enorme exposição. A forma como a pessoa aproveita os seus 15 minutos de fama e os transforma numa ligação duradoura com o seu público e retira daí uma carreira é que faz a diferença, na minha opinião. Claro que isto assim dito parece fácil, mas não é. E, infelizmente, o sucesso muitas vezes não depende só do esforço de quem concorre a estes programas, mas também de ter a sorte de estar no lugar certo à hora certa e ter a ajuda das pessoas certas a fazer as coisas andarem para a frente.

 

 

P: Tens algum tipo de formação musical?

R: Sim, estudei no Conservatório de Música de Gaia durante cinco anos. Tenho o 5º grau de Piano, Formação Musical e Classe de Conjunto. Fiz também um ano do curso de guitarra clássica e completei dois do três anos do curso de técnica vocal e repertório.



P: Quando surgiu a ideia de criar um canal no YouTube? E porquê?

R: Eu já era um seguidor assíduo do YouTube muito antes de ter começado a publicar vídeos. Desde os meus 14 anos que sigo vários artistas na plataforma e desde que comecei a ver esses YouTubers, esses artistas independentes que expunham o seu trabalho na internet e tinham milhões de pessoas a segui-los, comecei a ter vontade de fazer o mesmo. Aos meus olhos, eles eram pessoas “normais" como eu: sabiam cantar e tocar, tinham uma câmara de filmar e um microfone, gravavam-se a eles próprios com a ajuda de amigos e publicavam os conteúdos que criavam no YouTube. A descoberta do YouTube, aliada ao gosto pela música, fez-me perceber que eu não precisava de uma editora para fazer aquilo que gosto. Comecei a publicar vídeos de covers no meu canal, os números começaram a crescer, as pessoas pareceram gostar daquilo que eu fazia e por isso continuei a fazê-lo até hoje.

 


P: Esperavas ter o feedback que tens recebido?

R: No início, sinceramente, não. Eu sei que isto parece aquela frase bonita que todos os artistas dizem, mas na verdade eu acho que quando se começa tem-se sempre aquele sonho de ter uma aceitação enorme e de começar a ser seguido por milhares de pessoas. No entanto, esperar que isso aconteça, no meu caso, não passava daqueles devaneios que todos temos quando sonhamos acordados. Também não me considero um artista por aí além, nem tão pouco sei se o termo artista é o adequado para me categorizar, mas sei que estou muito satisfeito com o feedback que tenho recebido.

 


P: Qual foi o melhor momento que a música já te proporcionou?

R: A música já me proporcionou tantos bons momentos que é difícil escolher só um! Aliás, alguns daqueles que são os meus melhores amigos hoje em dia conheci-os por causa do YouTube, e consequentemente, por causa da música. A que me marcou mais recentemente foi sem dúvida ter sido convidado para ir a Itália gravar o meu single “Still In Love With You” no verão passado. Foi uma experiência incrível.



P: A música é a tua maior paixão, ou há algo que se sobreponha a isso?

R: Neste momento, não considero que haja algo que se sobreponha à minha paixão pela música. Mas tenho uma enorme paixão pela área do audiovisual em geral, sobretudo pela fotografia. Gostava de poder ir desenvolvendo as duas paralelamente e acredito que isso seja possível, mas acho que a música estará sempre à frente da fotografia.

 

 

 

Gostaram da entrevista? Que tal espreitarem o canal do Tiago e darem algum valor aos bons artistas que temos no nosso país? Convido-vos a verem, então, alguns dos vídeos que eu mais gosto do canal do Tiago, canal esse que sigo há uns bons anos e que é, sem dúvida, um dos meus preferidos. Vale a pena ver!

 

 Still In Love With You (original)              

 

I Can't Make You Love Me (cover)     

 

 My Immortal (cover)

 

Read All About It (cover)                                                 

 

 Broken (original) 

 

 

Coimbra é uma lição de sonho e tradição...

Sempre sonhei estudar em Coimbra, mais propriamente na Faculdade de Letras, onde atualmente estudo. Sempre sonhei trajar, ser uma das tantas capas negras que via quando visitava a cidade. Soube, desde muito cedo, que Coimbra tinha alguma coisa de especial, aquela saudade de que falam as letras dos Fados da cidade, aquela paixão, aquelas lágrimas. No entanto, nunca percebi realmente o que isso significava até à noite da Serenata da Queima das Fitas, a minha primeira Serenata trajada. 

No momento em que me traçaram a capa e me fizeram chorar, enquanto ouvia os maravilhosos Fados de Coimbra, e à medida que ia sentindo a necessidade de dizer algumas coisas a determinadas pessoas, percebi que Coimbra é muito mais do que uma bela cidade - é, sobretudo, amizade, saudade, companheirismo e lágrimas (muitas lágrimas). E senti tudo isso na pele.

Entendi, na minha primeira Queima das Fitas, que em Coimbra se aprende realmente a dizer saudade. Saudade das primeiras semanas a viver sozinha numa cidade completamente "nova" para mim, saudade dos amigos que ficaram para trás e seguiram caminhos diferentes, saudade dos familiares que já cá não estão para me ver, saudade de uma infância que já lá vai mas ainda está tão presente, saudade de casa, saudade da comida da mãe e do conforto de um lar. Mas, sobretudo, saudade da minha Faculdade, dos Arcos do Jardim, das pedras da calçada, da Praça da República, do 5 (o meu companheiro eterno). Saudade do cheiro de Coimbra e das amizades que lá fiz. Porque lá o céu é diferente, tudo tem outro brilho, outra cor. Porque lá somos apenas pessoas diferentes, com histórias de vida distintas, que se encontram e se unem pois apenas nos temos uns aos outros, numa cidade que, no início, parece tão grande e tão imensa. 

Sei que muito mais me espera e acredito que ainda estão para vir coisas muito positivas e talvez ainda melhores do que aquelas que já vivi nesta cidade maravilhosa. Mas também sei que Coimbra já me trouxe pessoas maravilhosas, amigas para a vida, uma família que pude escolher e com a qual choro porque a saudade já aperta mesmo muito antes da despedida. Coimbra fez-me crescer, aprender a desenrascar-me sozinha e a desfrutar de coisas tão simples mas com tanto significado.

Capa negra significa saudade, não só do que é de Coimbra e do que lá conhecemos, mas também do que ficou para trás. E eu sinto essa saudade a toda a hora, principalmente desde que tive a honra de vestir o traje pela primeira vez, porque é aí que nos sentimos verdadeiramente filhos desta cidade. 

Se em menos de um ano já me fizeste tão feliz, o que farás de mim até ao fim do curso, Coimbra?