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Upside Down

Um blogue de uma futura (e esperançosa) jornalista, que vê na escrita um refúgio para os bens e para os males da vida.

Upside Down

Um blogue de uma futura (e esperançosa) jornalista, que vê na escrita um refúgio para os bens e para os males da vida.

Coimbra é uma lição de sonho e tradição...

Sempre sonhei estudar em Coimbra, mais propriamente na Faculdade de Letras, onde atualmente estudo. Sempre sonhei trajar, ser uma das tantas capas negras que via quando visitava a cidade. Soube, desde muito cedo, que Coimbra tinha alguma coisa de especial, aquela saudade de que falam as letras dos Fados da cidade, aquela paixão, aquelas lágrimas. No entanto, nunca percebi realmente o que isso significava até à noite da Serenata da Queima das Fitas, a minha primeira Serenata trajada. 

No momento em que me traçaram a capa e me fizeram chorar, enquanto ouvia os maravilhosos Fados de Coimbra, e à medida que ia sentindo a necessidade de dizer algumas coisas a determinadas pessoas, percebi que Coimbra é muito mais do que uma bela cidade - é, sobretudo, amizade, saudade, companheirismo e lágrimas (muitas lágrimas). E senti tudo isso na pele.

Entendi, na minha primeira Queima das Fitas, que em Coimbra se aprende realmente a dizer saudade. Saudade das primeiras semanas a viver sozinha numa cidade completamente "nova" para mim, saudade dos amigos que ficaram para trás e seguiram caminhos diferentes, saudade dos familiares que já cá não estão para me ver, saudade de uma infância que já lá vai mas ainda está tão presente, saudade de casa, saudade da comida da mãe e do conforto de um lar. Mas, sobretudo, saudade da minha Faculdade, dos Arcos do Jardim, das pedras da calçada, da Praça da República, do 5 (o meu companheiro eterno). Saudade do cheiro de Coimbra e das amizades que lá fiz. Porque lá o céu é diferente, tudo tem outro brilho, outra cor. Porque lá somos apenas pessoas diferentes, com histórias de vida distintas, que se encontram e se unem pois apenas nos temos uns aos outros, numa cidade que, no início, parece tão grande e tão imensa. 

Sei que muito mais me espera e acredito que ainda estão para vir coisas muito positivas e talvez ainda melhores do que aquelas que já vivi nesta cidade maravilhosa. Mas também sei que Coimbra já me trouxe pessoas maravilhosas, amigas para a vida, uma família que pude escolher e com a qual choro porque a saudade já aperta mesmo muito antes da despedida. Coimbra fez-me crescer, aprender a desenrascar-me sozinha e a desfrutar de coisas tão simples mas com tanto significado.

Capa negra significa saudade, não só do que é de Coimbra e do que lá conhecemos, mas também do que ficou para trás. E eu sinto essa saudade a toda a hora, principalmente desde que tive a honra de vestir o traje pela primeira vez, porque é aí que nos sentimos verdadeiramente filhos desta cidade. 

Se em menos de um ano já me fizeste tão feliz, o que farás de mim até ao fim do curso, Coimbra?

PESSOAL: Uma noite de saudade...

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A solidão é uma constante na minha vida. Não porque eu esteja, de facto, sozinha, mas porque não tenho quem quero ao pé de mim. A meu ver, a solidão não é estarmos ou sentirmo-nos sozinhos, é estarmos no meio de muita gente que gostamos e mesmo assim faltar alguém, aquela pessoa que não é como os outros, que é diferente e tem um impacto especial na nossa vida.

Sinto a tua falta a toda a hora. Esteja no meio de uma multidão ou apenas de duas pessoas. Sinto falta do teu toque, do teu cheiro, da tua mão a agarrar a minha mostrando-me que sou capaz de tudo. Sinto-me capaz de segurar o mundo com uma mão, se prometeres estar a agarrar-me a outra. Tens esse poder sobre mim e sem ti parece tudo tão vazio.

A saudade que sinto todas as semanas faz-me bem, porque faz crescer o que sinto por ti, mas, ao mesmo tempo, dói comó caraças. Dói porque te procuro em cada esquina, em cada carro que passa igual ao teu, em cada olhar com que me cruzo. Dói porque te amo e preciso de ti a toda a hora, mesmo que tenha consciência da impossibilidade disso. 

Quase todos os dias te agradeço o facto de me amares e de estares comigo. Agradeço-te porque, ao contrário do que muitos pensam e dizem, o amor agradece-se. Agradece-se porque as pessoas só nos amam porque querem, porque perdem tempo a fazê-lo, porque nos escolhem a NÓS e não a outra pessoa qualquer (por vezes melhor). E eu agradeço-te por me amares, por estares comigo, por aturares os meus dias maus e conseguires suportar também os meus dias bons. Sou feliz por me sentir amada e admiro-te por conseguires amar-me assim.

Sei que contigo tenho tudo aquilo que preciso, não porque tu preenchas todos os campos da minha vida, mas porque me ajudas, de mão dada, a realizar todos os meus sonhos e objetivos. E hoje, nesta noite em que a saudade aperta e a vontade de te abraçar não quer esperar por sábado, tenho de te dizer tudo isto, tenho de te dedicar um post no meu blog.

Para ti, por seres quem és, por fazeres de mim quem sou e por conheceres cada recanto da minha alma e do meu corpo. Para ti, porque te amo.

PESSOAL: Feliz Aniversário, meu amor!

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Sou a favor das declarações de amor. Sou a favor das foleirices, das serenatas, dos beijos em público, dos "casa comigo" no meio de toda a gente. Sou a favor de dizermos que amamos as pessoas quando as amamos, quando nos apetecer dizê-lo, seja em que sítio for. Não tenho medo de cair no ridículo, porque o amor é mesmo isso. Ridículo. Mas ser ridículo é ser feliz. Triste de quem nunca foi ridículo!

Não sou de meios termos: se amo, amo muito, se odeio é um ódio de morte. Gosto de poucas pessoas, mas é exatamente por isso que elas sabem que gosto realmente delas. E gosto especialmente de uma pessoa, que me faz feliz há precisamente dois anos. O homem da minha vida.

Quero começar por dizer: Parabéns a nós, meu amor. Pelos nossos 2 anos juntos. Por esta caminhada que temos feito lado a lado, sem nunca nos atrevermos a largar a mão um do outro, sem nunca desistirmos, sem nunca deixarmos de enfrentar juntos os obstáculos que vão aparecendo.

Apareceste na altura certa. Deste-me a mão na altura certa, porque era exatamente nesse momento que eu estava prestes a cair. Entraste na minha vida do nada, sem sequer teres a decência de avisar. Quando te vi pela primeira vez não reparei no azul dos teus olhos, apenas vi que eles diziam "sou o homem da tua vida". Chama-me doida, se quiseres. Sou doida. Feliz, amada e doida.

Tal como disse no início do texto, sou a favor das foleirices. Por isso toma lá esta foleirice, porque fazemos 2 anos e é um dos dias mais especiais da minha vida.

Tens-me feito a pessoa mais feliz do mundo desde que nos conhecemos. Ensinaste-me a amar e nem eu nem tu sabemos o que isso é. E isso é o amor: não sabermos o que é mas mesmo assim arriscarmos dizer e sentir que amamos. E eu amo-te.

Alguém com quem me cruzei nos últimos meses costuma dizer que não existem homens com "H" grande. Que parvoíce. Eu tenho um homem com "H" grande. Aliás, eu tenho um HOMEM. Se há quem não acredite na sua existência, é porque ainda não encontrou alguém como tu. alguém capaz de dar sem receceber, alguém que leva o amor a sério, alguém que tem defeitos mas cujas qualidades os superam por completo, alguém que luta todos os dias por ser alguém melhor sem se aperceber de que já é perfeito, alguém que erra e remedeia o erro, alguém que faz tudo o que pode pelas pessoas de quem gosta e que, mesmo quando essas pessoas não são correctas, continua a amá-las da mesma forma. Alguém como tu. 

Não vou falar de todos os momentos que passámos, nem alongar-me muito, porque não quero cansar-te. Hoje não importa quem lê isto, porque isto é para ti. E é foleiro, porque é público, mas é para ti e eu sou foleira porque te amo. Vou, desde já, agradecer-te por me amares, por cuidares de mim, por me dares o carinho de que preciso quando menos mereço recebê-lo, por me mimares a todo o instante, por quereres que eu seja tudo aquilo que desejo ser, por me ajudares a concretizar os meus sonhos, por estares ao meu lado em cada passo importante da minha vida, por me dares a mão sem dizeres uma única palavra (descobriste, um dia, que as palavras entre nós não são precisas para nos protegermos um ao outro), por teres o dom de me fazer sorrir quando não estou num dia bom, por existires, por seres tu, por me aturares, por me amares ainda mais a cada defeito meu, por seres honesto, por seres o meu orgulho. Mas, acima de tudo, por seres meu e quereres que seja eu a estar ao teu lado.

 

 

"É insuportável querer-te assim mas é impossível não te querer assim." PCF

PESSOAL: "A morte é a curva da estrada"

De vez em quando, no meio de toda a poeira dos meus dias, lembro-me de uma pergunta que há tanto tempo paira na minha cabeça e à qual nunca consigo responder: o que é a morte?

A morte está muitas vezes no meu pensamento, não porque seja pessimista ao ponto de pensar que toda a gente pode morrer a qualquer altura, mas porque só muito tarde tive noção da sua existência e, como tal, sinto-a mais presente no meu dia-a-dia, pois desde que a conheci nunca mais me esqueci dela.

Até aos meus 14 anos pensava que a morte só acontecia aos outros. Ela existia, sim, mas não existia na minha vida, na vida das pessoas que amo. A morte era uma coisa que acontecia a pessoas afastadas de mim, mesmo que algumas até fossem da minha família. Família mais afastada. Para mim era impensável as pessoas que amo morrerem enquanto eu fosse nova, porque as pessoas que amo teriam de estar presentes nos momentos mais marcantes da minha vida, era por isso que se chamavam família e amigos, era por isso que estavam ao nosso lado. Chamem-me ingénua se quiserem, talvez o fosse, mas era feliz assim e quem me dera voltar a sê-lo. 

Um dia, a vida tirou-me essa ingenuidade. O mais curioso é que é a vida que nos traz a morte. Estavamos a 14 de Outubro de 2010. Uma quinta-feira cheia de sol que nunca mais esquecerei. O meu avô estava internado há 12 dias e eu não o tinha ido ver, porque ele ia voltar. Já tinha ido tantas vezes para o hospital, tendo sempre voltado, qual seria a diferença desta vez? 

O que é certo é que não voltou. Não voltou a bater-me à porta para saber o resultado dos jogos do Benfica, não voltou a tropeçar no carregador do meu computador (deixando-me completamente zangada por causa disso), não voltou a abraçar-me até aos ossos e a dizer "estás quase do tamanho do avô", não regressou a casa depois de um jogo de cartas no café. Nunca mais voltou e foi aí que eu percebi que as pessoas que amamos também morrem. 

Já passaram quase 5 anos, estaria provavelmente agora na fase da aceitação. Mas não estou. Quem é que em seu perfeito juízo aceita que a vida nos leve as pessoas que mais amamos? Era suposto ele ter-me visto acabar o secundário, ter conhecido o meu namorado, ter-me visto entrar na universidade. Era suposto ele ir ao meu casamento, com o casaco que ele tinha para todos os casamentos das pessoas de quem ele realmente gostava.

Já esqueci a voz dele. Dói muito. Mas o pior não é esquecer. O pior é continuar a esperar que ele volte. Ainda hoje espero. Ainda hoje tenho esperança que seja ele a bater à porta, ainda hoje espero o momento em que ele volta e me abraça de novo até aos ossos. Só o meu avô sabia abraçar até aos ossos. Até ficar sem ar e ter de lhe pedir, resmungona, para parar. E quem me dera agora que ele nunca tivesse parado.

Há 5 anos a vida mostrou-me que a morte existe, que é real e que não acontece só aos outros. E é por isso que ela paira na minha vida com uma presença demasiado marcante. Agora sei que a vida nos tira as pessoas que mais amamos e que isso pode acontecer sem qualquer aviso, sem qualquer razão aparente. Ter essa consciência mata-me um pouco todos os dias. Era tão mais fácil quando eu acreditava que as pessoas que amo não podem ser levadas de mim.

Mas continuo à espera. E tive de aprender a caminhar enquanto espero, a seguir em frente enquanto acredito que um dia ele irá voltar. Sigo em frente porque é ele que me dá forças para o fazer. Mas como não ir abaixo quando a saudade aperta e quando me apercebo que passados quase 5 anos a dor ainda está tão viva e tão presente?

No fim de tudo isto, só me surge uma definição de morte: morte é esperar. Esperar um regresso que sabemos que nunca vai acontecer. Esperar um sinal que sabemos não existir. E ir caminhando enquanto se espera. Se vale a pena? Não, mas ajuda a continuar.

Agradecimento

Quando escrevi o post sobre o caso Charlie Hebdo, confesso que nunca pensei que tivesse tanto "sucesso". Escrevi-o apenas como um desabafo, como uma forma de tornar público aquilo que penso sobre o assunto, aliviando, assim, a raiva e frustração que sinto quanto ao mesmo.

Não podia deixar de escrever um post depois de ver algumas reações que me agradaram bastante e me fizeram sentir que, afinal, um simples desabafo pode agradar a tantas pessoas, que se identificam com o que nele escrevi. 

 Em primeiro lugar, deparo-me com este comentário e, como não posso responder (ou não sei responder) aos comentários, aproveito para agradecer a quem o fez, por ter perdido 5 minutinhos do seu tempo a partilhar comigo aquilo que achou.

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Em segundo lugar (e embora tenha já agradecido diretamente), volto a agradecer pela partilha do meu post e pelas palavras. É sempre bom saber que há quem valorize aquilo que fazemos.

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 Por fim, e, na minha opinião, o mais importante, ou pelo menos o que me deixou com um sorriso de orelha a orelha na cara... O meu post está no blog de Destaques do SAPO Blogs (que eu nem sabia que existia). O reconhecimento sabe sempre bem e não posso deixar de admitir que me sinto um pouquinho orgulhosa de mim mesma e não estava nada à espera que um simples post tivesse estas reações. Fico feliz.

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PESSOAL: Um brinde a 2015

2015. Aqui estás tu, um novo ano, repleto de inúmeras oportunidades para ser feliz e para conquistar os meus objetivos.

Sempre pedi desejos em cada passagem de ano, até à passagem do ano 2012 para 2013. Nesse ano, ao comer as 12 passas, não pedi nada. A razão é simples: se cada desejo que pedia antes disso não se realizava, mais valia não pedir nada, numa tentativa de obter efeitos contrários.

O certo é que em 2013, o ano para o qual não desejei nada, foi o melhor ano da minha vida, até agora. Foi um ano difícil, mas foi o ano em que encontrei a pessoa que procurava há tanto tempo, a pessoa que me soube amar e fazer feliz até hoje e que transformou a minha vida de uma forma incrível. Ainda hoje parece impossível isso ter acontecido.

Para concluir a minha ideia, foi no ano em que não pedi nada que tudo se concretizou. Por isso, na passagem de ano de 2013 para 2014 voltei a não pedir nada e tive um ano maravilhoso. E, para não quebrar esta minha nova superstição, este ano voltei a não pedir nada. Vou apenas deixar acontecer e ver no que dá.

É certo que será um ano de obstáculos, lutas, dificuldades a vários níveis, lágrimas de derrota ou frustração, momentos em que será difícil acreditar em mim e nas minhas capacidades, mas será também um ano de vitórias, de obstáculos enfrentados e lutas vencidas, de lágrimas de alegria e de abraços de reencontro. Porque a seguir a uma tempestade virá sempre o sol, para nos mostrar que o amanhã chega sempre, independentemente do nevoeiro do dia de hoje.

Para 2015, como já disse, não tenho desejos, mas tenho objetivos e quero partilhar alguns convosco:

  • Acabar o primeiro ano de Jornalismo, com as cadeiras todas feitas e, se não for pedir muito, com uma média boa;
  • Arranjar um trabalho de Verão;
  • Continuar este blog, sem desistir nem perder o interesse;
  • Ir passar férias, pela quarta vez, a Vieira de Leiria;
  • Manter a minha relação com ele, independentemente de todas as lutas que isso implique;
  • Arranjar sempre tempo para as pessoas de quem gosto e dedicar-me mais a elas;
  • E, por último, o objetivo mais maluco de todos: 

     Não sei como vou arranjar tempo para isto, mas há muito que preciso de voltar aos meus hábitos regulares de leitura, por isso vou tentar cumprir este desafio.

Embora estes não sejam todos os meus objetivos para 2015, são os principais. E quis partilhá-los convosco.

Desejo a todos um 2015 cheio de obstáculos, porque são eles que fazem a vida valer a pena. Trust me, uma vida fácil não dá prazer nenhum. Sejam felizes.

PESSOAL: Agradecimentos a quem fez 2014 valer a pena

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O ano de 2014 está a chegar ao fim. Estamos na página 362 das 365 que este livro tem para nos oferecer. Cada ano é um livro, cada dia um novo capítulo e, no fim de toda a nossa vida, teremos uma biblioteca repleta de exemplares que contam a nossa história.

2014 foi um bom ano. Foi o ano em que fiz 18 anos e me tornei legalmente adulta. O ano em que acabei o secundário. O ano em que entrei no ensino superior, na Universidade de Coimbra (com que sempre sonhei), em Jornalismo (o curso que sempre quis). O ano em que festejei o primeiro aniversário de namoro. O ano em que tive de me despedir daqueles amigos que sempre considerei as minhas bases, por saber que cada um de nós teria de deixar o secundário para trás e seguir o seu caminho, a sua nova vida, a sua luta por um futuro melhor. Foi o ano em que aprendi a viver sem ter os meus pais comigo todos os dias, numa casa completamente nova para mim, numa cidade que, embora conhecesse bem, tive de passar a conhecer melhor.

2014 foi um ano de mudança, de aprendizagem, de algumas lágrimas, de muito suor e muito trabalho, de muitos sorrisos, muitas gargalhadas, muitos "ai que saudade", muitas novidades, muitas pessoas novas.

Durante estes 362 dias (não irei falar dos 3 que faltam, porque esses são páginas em branco que ainda poderei preencher), abracei quem me faz bem, chorei, sorri, cantei, dancei, amei, estudei, tive noites mal dormidas e noites em que dormi demais. 

Nunca na minha vida pude dizer "vivi este ano ao máximo", mas, pela primeira vez, posso dizer que este ano foi vivido ao máximo, tendo em conta aquilo que para mim é a forma de viver mais adequada, mais correta, mais agradável.

Cresci muito, sobretudo. Num bom sentido. E sinto-me orgulhosa disso.

Em 2014 aprendi que um dia as despedidas têm de ser feitas e que, embora doam, são elas que nos fazem perceber quem realmente fica e quem fica apenas até à despedida. Aprendi que a vida não é aquilo que nos acontece, mas aquilo que nós fazemos com que aconteça. Aprendi que os sonhos se podem realizar e que o trabalho árduo compensa sempre, quando obtemos os resultados desejados, mas também quando não os obtemos, porque o que o tentar já é uma vitória. Aprendi que vale a pena lutar 12 anos por algo que se quer muito. Aprendi que todas as lágrimas de hoje serão sorrisos amanhã. Aprendi que amanhã será sempre um novo dia. Aprendi que haverá sempre algo mais para aprender, alguém que nos possa ensinar mais do que aquilo que já sabemos. Aprendi muito com as pessoas que me rodeiam, para o bem e para o mal.

Mas, e digo isto com toda a certeza, o que mais me agradou em 2014 foi ter percebido que tenho pessoas ao meu lado que nunca me deixam mal e ter conhecido pessoas que se juntam a esse pequeno (mas valioso) grupo. 

Não costumo nem gosto de citar pessoas nos meus posts, mesmo que eles sejam dirigidos de forma óbvia para alguém. Mas, por estar num momento de retrospetiva e de balanço do meu ano, vou fazê-lo. Além disso, sou apologista da ideia de que o amor se deve agradecer, porque, se as pessoas perdem tempo precioso da sua vida a amarem-nos, não o fazem porque são obrigadas, fazem-no porque querem e não é todos os dias que isso acontece. Se tenho pessoas tão especiais na minha vida, tenho de lhes agradecer.

Aos meus pais, à minha avó e ao meu irmão, obrigada por terem estado sempre ao meu lado, quando fui rabugenta por ter uma má nota, quando andei chateada pelo cansaço acumulado, quando quis desistir, quando achei que nunca iria conseguir, quando falei em ir pra Coimbra 400 vezes por dia e nunca se cansaram de me ouvir, quando me abraçaram, me mimaram, me disseram palavras de conforto que fizeram toda a diferença, e por fazerem os esforços que fazem para que eu possa continuar a lutar pelo meu sonho. Em especial à minha mãe e à minha avó, por me darem o mimo que só uma mãe pode dar e que me faz tão bem.

Ao meu namorado, por ser quem é, por me fazer crescer em todos os sentidos desde que nos conhecemos, por me inspirar, por me dar a mão quando eu estou a cair, por me saber acalmar quando estou a perder a cabeça, por me dizer tantas vezes todos os dias "eu acredito em ti, eu sei que és capaz", por nunca me ter deixado desistir das coisas que quero, por ser o meu refúgio ao fim-de-semana e me ajudar a recerregar energias para a semana dura que vem depois, por me amar incondicionalmente, por me mimar mais do que eu mereço e por estar ao meu lado em cada passo importante da minha vida, com um sorriso de orgulho nos lábios.

À minha melhor amiga, por ser aquela que me diz as verdades duras que ninguém gosta de ouvir mas que são precisas, por me amar, por estar comigo mesmo a tantos quilómetros de distância, por saber como me fazer sentir bem, por saber como me fazer rir, por saber como me irritar e logo a seguir me fazer gostar ainda mais dela, por nunca me ter deixado cair e por me ter apoiado sempre.

E agora, tentando ser mais sucinta:

  • à Milene Sousa - obrigada por ter sido sempre uma pela outra nos três anos em que estivemos juntas, por me teres feito rir com as tuas parvoíces tão próprias, por me teres abraçado sempre que me davam aquelas crises de choro, por me fazeres rir dos meus próprios erros - foi contigo que aprendi a fazê-lo e acho que me fez crescer imenso -, pelos almoços, pelo carinho, pela cumplicidade.
  • à Carla Sérgio - obrigada pelas rosas nos dias dos namorados deprimentes, pelas conversas, pelas saídas, pelos momentos em que te fazias de palhaça só para me arrancar um sorriso.
  • à Cris Barreto - sempre me inspiraste mais do que possas pensar e agora que vivemos juntas já não vivo sem ti, por muito chata e insuportável que sejas, obrigada por tudo, és única.
  • à Di Petronilho - obrigada por estes anos de uma amizade maravilhosa e por seres aquele abraço de conforto sempre que preciso de alguém.
  • à Raquel Trindade - obrigada por esta amizade maravilhosa, na qual nem eu acreditava por ter nascido da forma como nasceu, por seres quem és, por seres capaz de percorrer tantos quilómetros para estares comigo e por seres a minha "alentejana" preferida.
  • à Rita Domingos - a melhor "coisa" que Coimbra me deu - obrigada por me teres marcado da forma que marcaste no primeiro dia, obrigada por me continuares a marcar todos os dias, por me inspirares, por seres a madrinha que sempre quis ter.
  • à Daniela Matos - obrigada por seres quem és e por me teres aceite como tua afilhada, por seres tão preocupada, por quereres saber como estou e como me sinto, por me ajudares no que preciso e por tentares estar sempre presente.
  • à Carina - obrigada por todos os dias me mostrares que é possível sorrir para a vida mesmo quando a vida não sorri para nós, és para mim um exemplo de bondade pura e de um optimismo que eu invejo.
  • à Cátia Barbosa - obrigada por seres a minha companheira da pior aula de sempre, por seres uma rapariga espetacular, com um sentido de responsabilidade enorme, por seres a amiga que és.
  • à Cláudia Pereira - a minha "irmã" - és uma das pessoas mais engraçadas e estranhas - no bom sentido - que já conheci e obrigada por isso, para mim é sempre um gosto conhecer pessoas assim.
  • à Sofia Rodrigues - embora mais afastadas, foste a primeira pessoa do curso com quem criei empatia e acredito que agora que estás de volta isso vá voltar, talvez seja um dos meus desejos para 2015.
  • à Joana Palmela - uma amizade de anos já não precisa de grandes palavras, apenas da alegria que sinto em rever-te, obrigada por tudo.
  • à Vanessa Peixoto - obrigada por me ouvires sempre que preciso e por confiares em mim para te ouvir sempre que precisas

Sei que provavelmente me esqueci de alguém, e é por isso que não gosto de citar pessoas em textos destes, mas se me esqueci de alguém não será concerteza por ser menos importante que os restantes. Às pessoas que provavelmente me esqueci ou que não mencionei por algum motivo em especial, e àquelas que mencionei atrás: que 2015 seja um ano em que se mantenham na minha vida!

Hoje, na página 362 deste livro que é 2014, tirei uns minutos do meu tempo para fazer os agradecimentos que há tanto tempo precisava de fazer. Porque mimar aqueles que nos mimam é importante. Já dizia o Principezinho, é o tempo que perdemos com a nossa flor que faz com que ela cresça. 

2014 foi um ano repleto de tudo o que é de bom. E também de muitos obstáculos, que me fizeram crescer. Sinto-me alguém melhor. Valeu a pena.

E que no final de 2015 eu possa dizer o mesmo.

PESSOAL: Amor próprio

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Se há coisa que a vida me foi ensinando aos poucos é que, se eu não gostar de mim, ninguém gostará. E se gostar de mim, muita gente irá odiar-me na mesma.

A diferença é que, se gostar de mim, sei o que mereço, sei a pessoa que sou e aquilo que valho e não permito que ninguém me rebaixe ao ponto de me fazer sentir que não mereço aquilo que tenho ou aquilo que fui ganhando com a minha luta, o meu suor, o meu trabalho.

Julguem-me por ser quem sou, sintam-se os maiores por serem quem são, mas um dia veremos que pelo menos eu sou o que sou e nunca o negarei, enquanto vocês apenas fingem ser algo que não são para serem socialmente aceites. E o pior de tudo é que tanto a vossa faceta fingida como a vossa verdadeira personalidade são uma merda.

Um pequeno desabafo. Sirva a carapuça a quem assim o entender.

 

PESSOAL: Desabafo de Natal

Ainda ontem foi Natal. Uma época de alegria, amor, paz, crianças ansiosas para receberem as suas prendas e adultos que fingem que já não acham piada a presentes. Para mim é também tudo isso, mas é, principalmente, uma época de vazio. Vazio porque já perdi demais para conseguir ser inteira.

Passar um Natal sem pensar em ti é difícil, Avô. E passar um Natal sem deitar uma lágrima pela falta que me fazes é impossível.

Já passaram quatro anos, cinco Natais sem ti e a saudade bate tão forte como no primeiro Natal, como no primeiro dia, como no instante em que soube que te tinham levado para um sítio muito longe de mim. Dizem que "Deus quis assim", mas se Deus existisse tu estarias aqui a dar-me o maior presente que poderia receber agora: o teu sorriso de orgulho, aquele que mostravas cada vez que me vias. Com todo o respeito pela religião (ou toda a falta de respeito), metam Deus num sítio que eu cá sei, porque uma criatura supostamente tão perfeita não nos tiraria as nossas bases, os nossos alicerces, as pessoas que nos amam e nos apoiam acima de tudo.

Não acredito em Deus, mas acredito que me queres ver a sorrir, porque sempre o quiseste. Por isso, tentei aproveitar da melhor forma possível o Natal, com as pessoas que amo e que, tal como eu, sentem a tua falta. 

 

"O papel da perda tem de ser o higiénico. Todas as perdas são uma merda." - Pedro Chagas Freitas